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Coordenadora do Projeto Haiti é entrevistada no Programa Voz Missionária

Coordenadora do Projeto Haiti é entrevistada no Programa Voz Missionária.
Com muita alegria abrimos as portas do estúdio de nossas emissoras Voz Missionária, para receber, Missionária Karla, que veio ao Brasil para tratamento de saúde. Logo após a apresentação do Projeto Haiti, nossa missionária cumprimentou a toda audiência citando Colossenses 4.16.17.
Acompanhe na integra esta emocionante entrevista.
Voz Missionária: Vale a pena atender ao chamado, a vocação para enfrentar os desafios do Projeto Haiti?
Karla Bianca de Lacerda: Vale a pena cada lágrima que se derrama antes de ir ao campo missionário, cada lágrima derramada no campo missionário. Vale muito fazer a vontade de Deus.
Voz Missionária: Quanto tempo você está na obra?
Karla Bianca de Lacerda: Fiquei praticamente 02 anos no Projeto Bahia, trabalhando no sertão. Sou apaixonada por este trabalho como você é. E no Haiti vamos completar 04 anos.
Voz Missionária: No começo um grande desafio?
Karla Bianca de Lacerda: No inicio e sempre. Na verdade as dificuldades do Haiti são parecidas com as do sertão nordestino. O Pastor Cesino esteve visitando o Haiti e também achou muito semelhante as dificuldades do sertão nordestino. A semelhança se dá pela falta de água potável que é muito escassa, e também a fome e a miséria são muito fortes.
Voz Missionária: Assusta tudo isso?
Karla Bianca de Lacerda: Não. Nós missionários somos como médicos, que vê a situação e tem que fazer alguma coisa. Não dá tempo pra chorar, emocionar. Ali têm que ser sensível as necessidades e sensível a voz de Deus. Não pode ser dramático, tem que agir. Tenho pedido a Deus um coração sábio, para que lhe possa servir da melhor maneira. Glorificamos a Deus, pois tem nos dado grandes vitórias. Não olhamos muito para as dificuldades, olhamos sim para as uvas que são grandes.
Voz Missionária: Você tem o prazer de trabalhar no Projeto que tem o maior numero de crianças. Como é trabalhar juntos com os professores? Em especial como é trabalhar com as crianças?
Karla Bianca de Lacerda: As crianças são a essência de Deus, do amor e do perdão. A criança é terra fértil. Há uma facilidade de trabalhar com as crianças, pois elas são sinceras. É uma experiência maravilhosa pra mim. Não trabalhamos sozinhos. Trabalhos com um grupo de 60 pessoas (professores e obreiros), nas nossas escolas.
Voz Missionária: Como foi sua chegada ao Haiti?
Karla Bianca de Lacerda: Quando chegamos tinha o problema do Terremoto. As crianças estavam muito assustadas. Não queriam ir a escola, tinham medo. Quando chegamos era 385 crianças. Na semana seguinte aumentou para 600 crianças e no final do mês totalizavam 800 crianças. O numero não parou de crescer. Somos muito procurados por quem precisa de ajuda. Hoje temos 2000 crianças. Eu penso que quando é difícil é pra nós resolvermos. Mas quando é impossível, aleluia, é Deus que faz por nós. Quando temos barreiras, dificuldades, temos que avançar. Essa é a vontade de Deus na vida do missionário. Conversei com Pastor Cesino e expliquei a necessidade de se investir mais neste projeto, pois conhecemos a realidade do povo. Quando Pr. Ivandro Morim e Pr. Osvaldo Orongozo estiveram lá realizando o natal missionário, eles estiveram nas duas novas escolas que assumimos. Escolas que tinham sido abandonadas com 500 crianças. Mas os Gideões Missionários da Ultima Hora acolheram com amor.
Voz Missionária: E o Pastor Cesino avançou nas decisões em favor das reivindicações?
Karla Bianca de Lacerda: Glória a Deus, pois ele aceitou o desafio. Pastor Cesino sempre avança. Ele nos ensina a não dizer não, a não desistir do combate. Tem que dar um jeito tem que resolver o problema.
Voz Missionária: Fale para os contribuintes, para os pais que adotaram as crianças do Haiti, como estão as crianças?
Karla Bianca de Lacerda: Irmão Hueslen, primeiro deve dizer, Deus tem usado vocês aqui no Programa Voz Missionária. Os contribuintes têm abraçado as campanhas que são realizadas aqui, os contribuintes adotaram as crianças, tem considerado nosso trabalho. E por esta razão podemos abençoar as crianças. Eu sei que os pais, os contribuintes oram constantemente pelos filhos. Certamente quando olham para a foto que receberam do seu filho(a) estão a interceder. Por isso que digo que não trabalhamos sozinhos. Não teria como coordenar um Projeto dessa magnitude sozinha. Eu, e meu esposo Valdevino e equipe não teríamos condições.
Voz Missionária: Vocês sentem no mundo espiritual, esta intercessão dos pais, dos contribuintes?
Karla Bianca de Lacerda: Sim. Estamos. É um privilégio. Graças a Deus que lá temos liberdade, esta em nossas mãos. Na Republica Dominicana (país vizinho), já não é possível abrir escolas e trabalhar como no Haiti. Seguimos o ensino normal que é regra no país. Mas, além disto, temos liberdade para o ensino religioso.
Voz Missionária: Por favor, detalhe como é o ensino religioso?
Karla Bianca de Lacerda: Depois das crianças cantarem o Hino Nacional do Haiti, elas vão para a classe. É quando entramos em ação com nossos missionários e obreiros que vão a todas as salas realizar o devocional. Neste devocional acontece um momento de louvor, oração e o ensino da Bíblia sagrada. Desde os pequeninos até aos maiores e isso ocorre todos os dias.
Voz Missionária: Além do trabalho de coordenação das escolas, vocês realizam o trabalho de evangelismo, cultos. Como são realizadas estas outras atividades?
Karla Bianca de Lacerda: No Haiti, nós temos horário pra voltar, pois a fronteira com a Republica Dominicana fecha. Tem uma equipe de pastores e missionários que realizam este trabalho em 02 Igrejas. E na visita que o Pastor Cesino Bernardino fez, ele determinou a abertura de uma Igreja, devido a carência do evangelho. Meu esposo é que Coordena mais esta frente de trabalho.
Voz Missionária: O que acontece na fronteira?
Karla Bianca de Lacerda: Há um desgaste no nosso emocional. As vezes, durante 30 dias nada acontece na fronteira. Mas como o Haiti e república Dominicana são inimigos desde a colonização e isto está enraizado na cultura, podemos esperar de tudo. Tem dias que eles simplesmente fecham a fronteira e pronto. E aí, atrasa todo o nosso trabalho. Mas, Deus tem nos orientado. Depende muito de quem está controlando a fronteira. Quem já nos conhece, facilita, pois já sambem que somos missionários e temos as escolas.
Voz Missionária: Durante as tuas caminhadas de um país para o outro, veio a tua mente algum questionamento pelas perseguições por fazer a obra de Deus?
Karla Bianca de Lacerda: Claro irmão Hueslen. Eu sou humana. Não sou uma super- missionária. Muitas vezes dobrei meus joelhos e questionei a Deus, se estava na direção certa. Pensar em voltar? Não. A escada que Deus me faz subir, Ele vai apagando os degraus que já pisei. Deus não me dá direito de voltar. Eu tenho temor a Ele. Eu e meu esposo pensamos da mesma forma. Detalhe, estamos trabalhando num país que está atrasado há mais de 40 anos. Não tem energia, água potável, não se vê torneiras. Carregamos lata d’água na cabeça todos os dias, como no sertão nordestino.
Falando no lado humano estamos desatualizados. O lado emocional as vezes fica um pouco abalado. Alguém pode dizer; mas não é missionária? Não pode ser assim. Claro que posso, sou humana. Mas graças a Deus, pelas orações dos irmãos contribuintes dos Gideões. Sou grata pelas intercessões em favor do missionário.
A entrevista é intercalada com o hino abraça-me, foi quando aproveitei a oportunidade pra perguntar sobre afeto, carinho...
Voz Missionária: Tem momentos que dá vontade de receber um abraço?
Karla Bianca de Lacerda: Recebemos abraços das crianças. Elas ficam esfregando as mãozinhas na minha pele, pra ver se a tinta vai sair. Tem crianças que nunca viram uma pessoa branca como eu. Recebo muito abraços. Mas tem dia que você quer um abraço da mãe, do filho. Um abraço brasileiro ou familiar, de uma amiga; como as irmãs Marlene Malaquias ou Marlene Jordão... (momento de emoção na entrevista...).
Voz Missionária: Como é participar do Programa Voz Missionária diretamente do Haiti. O que você sente?
Karla Bianca de Lacerda: Eu sinto muita falta de vocês. Por isso os irmãos imaginam por que eu ligo tanto. É pra me sentir brasileira. Até meu cabelo está haitiano. A saudade é grande...
Obs: neste momento da entrevista Pb. Luiz Carlos Machado colocou de fundo musical o Hino Nacional Brasileiro...
Voz Missionária: Como você esta de saúde?
Karla Bianca de Lacerda: Deus me trouxe no Congresso dos Gideões e minha intenção era convencer Pastor Cesino ir ao Haiti. E era o momento pra mim ter ficado pra fazer uma cirurgia. Pois tenho um mioma e preciso retira o útero. Mas acabei voltando para o Haiti.
Deus é bom irmão Hueslen eu posso retirar o útero, já tenho 2000 filhos (risos...).
Voz Missionária: E o que falta? Recursos?
Karla Bianca de Lacerda: Pastor Cesino se preocupou comigo. Eu disse pra ele me mandar o dinheiro que fazia a cirurgia lá no Haiti. Foi quando ouvi da parte dele, de jeito nenhum, a sua cirurgia será feita aqui no Brasil. Confesso que tinha medo de ser operada lá. As estruturas na área da saúde são muito precárias. Recebi o apoio do meu esposo e aqui estou. Estou pensando em mim, na minha saúde para poder voltar ao campo bem e dar continuidade a obra. Estou confiante em Deus.
Finalizei a entrevista, comentando que nossa Missionária é muito alegre, determinada. Em alguns momentos da entrevista choramos, sorrimos. Quem ouviu ficou impactado.
Logo após, pedi para Karla fazer uma oração abençoando quem iria lhe ajudar a pagar os custos da cirurgia no valor de R$. 8.000.00. Para glória de Deus superamos a meta. Parabéns aos amados contribuintes que amam e consideram os missionários.
Fica o nosso apelo para que os irmãos orem pela cirurgia e recuperação da saúde da Missionária. A vida do missionário é assim. O Missionário não vai ao campo para se enriquecer. Vai para ganhar almas, vai para se gastar, se doar em favor das almas.
Por: Pb. Hueslen Ricardo Santos
2º Secretário dos Gideões.

Fonte: http://www.gideoes.com.br/relatorios-missionarios/haiti/coordenadora-do-projeto-haiti-e-entrevistada-no-programa-voz-missionaria

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